quinta-feira, 11 de abril de 2024

O que é Tanque Rede e quais as Vantagens e Desvantagens

 

O tanque-rede é uma estrutura utilizada na piscicultura (aquicultura) para a criação de peixes em ambientes naturais, como rios, lagos ou represas. Essa tecnologia consiste em gaiolas ou compartimentos flutuantes, feitos geralmente de redes ou telas resistentes, que são ancorados ou fixados em posições específicas nas águas.

Vantagens do Tanque Rede:

Uso de Águas Naturais: O principal benefício do tanque-rede é a utilização de corpos d’água naturais para a criação de peixes. Isso evita a necessidade de construir grandes tanques ou viveiros em áreas específicas, permitindo uma melhor integração com o ambiente.

Movimentação e Manejo: Os tanques-rede são facilmente movimentados para diferentes locais, permitindo uma melhor distribuição dos peixes de acordo com a qualidade da água, a disponibilidade de alimentos e outras condições favoráveis.

Aeração Natural: A estrutura aberta do tanque-rede permite uma boa circulação de água, o que ajuda a manter níveis adequados de oxigênio dissolvido, favorecendo o bem-estar e o crescimento saudável dos peixes.

Baixo Impacto Ambiental: Quando bem manejados, os tanques-rede podem ter um baixo impacto ambiental em comparação com outros sistemas de aquicultura. Eles permitem uma maior integração com o ecossistema local e reduzem a degradação de áreas naturais.

Desvantagens do Tanque Rede:

Condições Ambientais: O sucesso do cultivo em tanques-rede está diretamente relacionado às condições ambientais do corpo d’água onde estão localizados. Mudanças abruptas no nível da água, temperatura ou qualidade podem afetar negativamente a produção.

Risco de Fuga e Predação: Os tanques-rede estão sujeitos ao risco de danos causados por predadores naturais e podem permitir a fuga de peixes, o que pode comprometer a produção e afetar o ecossistema local caso sejam espécies exóticas.

Poluição Hídrica: Se não forem adequadamente manejados, os tanques-rede podem contribuir para a poluição da água por meio do acúmulo de dejetos e excesso de ração não consumida.

Custos e Manutenção: A construção e manutenção dos tanques-rede podem requerer um investimento inicial significativo, bem como gastos contínuos para garantir a integridade das estruturas.

Regulamentação Ambiental: A criação em tanques-rede pode estar sujeita a regulamentações ambientais específicas, e é importante obter as licenças e autorizações necessárias junto aos órgãos ambientais.

Peixes que podem ser criados

Alguns dos principais peixes que podem ser criados em tanques-rede incluem:

Tilápia (Tilapia spp.): A tilápia é uma das espécies mais comuns e populares para a criação em tanques-rede devido à sua rusticidade, rápido crescimento e alta adaptabilidade a diferentes condições ambientais.

Tambaqui (Colossoma macropomum): O tambaqui é um peixe nativo da Amazônia e é bastante apreciado na piscicultura por sua carne saborosa e alto valor comercial.

Pirarucu (Arapaima gigas): O pirarucu, também conhecido como “bacalhau da Amazônia”, é um peixe de grande porte e alto valor econômico. Sua criação em tanques-rede requer cuidados específicos devido ao tamanho e comportamento.

Cachara (Pseudoplatystoma fasciatum): A cachara, também conhecida como surubim-pintado, é uma espécie de grande porte muito valorizada na pesca esportiva e na piscicultura comercial.

Matrinxã (Brycon amazonicus): O matrinxã é um peixe de escamas muito apreciado na culinária regional e tem sido alvo de criação em tanques-rede devido ao seu valor comercial.

Pacu (Piaractus mesopotamicus): O pacu é um peixe de grande porte, conhecido por sua resistência e carne saborosa. É uma espécie comumente criada em tanques-rede.

Pintado (Pseudoplatystoma corruscans): O pintado, também conhecido como surubim-pintado, é uma espécie de grande porte muito apreciada na pesca esportiva e na piscicultura comercial.

Lambari (Astyanax spp.): O lambari é uma espécie de pequeno porte muito utilizada como isca viva na pesca esportiva e também pode ser criada em tanques-rede.

Conclusões
Apesar das desvantagens, os tanques-rede têm se mostrado uma alternativa viável para a piscicultura em ambientes naturais, desde que sejam adotadas práticas adequadas de manejo para garantir a sustentabilidade do sistema e a preservação dos recursos hídricos.

A escolha desse sistema dependerá das condições locais, da espécie a ser criada e dos objetivos do produtor.

terça-feira, 9 de abril de 2024

Prêmio Mulheres das Águas

 

Ministérioda Pesca e Aquicultura institui o Prêmio Mulheres das Águas

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 A UNIÃO, por intermédio do Ministério da Pesca e Aquicultura, torna público o Prêmio Mulheres das Águas, sob as diretrizes dos princípios da transparência, isonomia, igualdade, legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência e publicidade. O presente Edital é fundamentado na Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009; na Lei nº 14.600, de 19 de junho de 2023; no Decreto nº 11.624, de 1º de agosto de 2023, e na Portaria MPA nº 150, de 9 de novembro de 2023. 

Considerando este cenário das mulheres na pesca e na aquicultura, em seus diversos setores, o Ministério da Pesca e Aquicultura lançou no dia 8 de março de 2023, durante o Encontro Nacional das Mulheres das Águas, o Prêmio Mulheres das Águas, com o objetivo de dar visibilidade, reconhecimento e fortalecer o protagonismo das mulheres, em suas diversidades, nas diferentes esferas

Para participação do Prêmio Mulheres das Águas, as Instituições (Colônias, Associações e Cooperativas) e os Movimentos Sociais deverão inscrever mulheres do setor da pesca e aquicultura que possuem destaque na área correspondente às categorias, que serão avaliadas pelos membros da Comissão Avaliativa. O processo será todo feito por meio de edital que será publicado no primeiro semestre deste ano de 2023, e as candidatas serão selecionados por meio da Comissão em conjunto pelas Secretaria Nacional da Pesca Artesanal; Secretaria Nacional da Pesca Industrial, Secretaria Nacional de Aquicultura e a Secretaria Nacional de Registro, Monitoramento e Pesquisa.

 

O PRÊMIO

 

Premiação Mulheres das Águas será anual, sendo que a primeira premiação será entre os dias 11 à 14 de março de 2024. Serão 07 (sete) mulheres brasileiras dos setores de pesca e aquicultura premiadas.

 O prêmio será oferecido nas seguintes categorias:

 

·         Pesca Artesanal: Águas marinhas


Destinado às mulheres pescadoras que desenvolvem a profissão em águas marinhas.

·         Pesca Artesanal: Águas continentais

Destinado às mulheres pescadoras que desenvolvem a profissão em águas continentais.

·         Pesca Industrial

Destinado às mulheres pescadoras que desenvolvem a profissão nos barcos de captura industrial de pescados.

·         Pesca Amadora/Esportiva

Destinado às mulheres pescadoras que pescam com vara e anzol e devolvem o peixe vivo ao mar/rio/lago.



·         Aquicultora

Destinado às mulheres que desenvolvem a profissão nas fazendas de aquicultura.


·         Pesquisadora

Destinado às mulheres que se dedicam à pesquisa científica nas áreas da pesca e da aquicultura.



·        
Gestora

Destinado às mulheres que administram projetos, empresas, iniciativas, embarcações e afins nas áreas da pesca e da aquicultura.


Mulheres representam 58% da mão de obra na pesca baiana


Foto:Bahia Pesca



Irassene Bonfim dos Santos tem 53 anos de idade e há 25 anos possui a carteira de identidade da pesca. Dona Irá, como é mais conhecida, é vice-presidente da Coomas, cooperativa formada exclusivamente por marisqueiras e pescadoras e que já conta com mais de 100 integrantes na comunidade quilombola de Conceição de Salinas, em Salinas da Margarida, onde vive. “As obras da nossa sede estão terminando e com as parcerias que a gente está fazendo em pouco tempo vamos ter computador e internet pra começar a emitir os registros de pescadoras para as nossas associadas, seus filhos e netos”, celebra.


Selecionada para participar de uma das turmas do projeto Elas à Frente Pesca, promovido pela Bahia Pesca e pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) no final do ano passado, dona Irá e a Coomar ilustram uma tendência de mudança cada vez mais latente no perfil dos profissionais da pesca na Bahia e em alguns estados do Nordeste: elas, que até a década de 1990 eram minoritárias na categoria, hoje representam a maioria dos trabalhadores do setor registrados no Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).

Dos 114.966 registros no Sistema Informatizado do Registro Geral da Atividade Pesqueira (SISRGP) do estado da Bahia, 66.676 são femininos, o equivalente a quase 58% do total, contra 48.282 masculinos, pouco mais de 42%. Juntos, fazem da Bahia o terceiro maior contingente da pesca e da aquicultura nacional, com 114.966 profissionais, o equivalente a 11% da mão-de-obra do setor no Brasil.

Dos 1.030.166 registros de pesca profissional de todo o país, as mulheres são maioria na Bahia, e em apenas outros quatro dos 27 estados da Federação: Maranhão, Sergipe, Pernambuco e Alagoas. Nacionalmente, os homens ainda são maioria, mas por com uma pequena margem de vantagem, com 51% da mão de obra masculina e 49% feminina.

SERPESCA - A predominância feminina entre os profissionais da pesca na Bahia mostrada pelo SISRGP ratifica a tendência que já havia sido apontada nos Seminários Regionais de Planejamento das Políticas Públicas para a Pesca Artesanal (Serpesca), entre outubro e novembro de 2023.

As mulheres perfizeram 54,6% dos associados das entidades representativas da categoria que participaram dos sete encontros realizados, enquanto os homens foram 46,4%. Criado pela Bahia Pesca com o apoio da SPM e da Secretaria Desenvolvimento Econômico (SDE), o Serpesca tem entre os seus objetivos principais, aproximar os trabalhadores do setor pesqueiro com suas respectivas entidades de classe a fim de reduzir o elevado grau de informalidade da categoria.

"O registro de pesca dá direito a benefícios como o Seguro Defeso, auxílio-maternidade, auxílio-doença e aposentadoria", ensina dona Irá. "É um documento muito importante, principalmente porque nos ampara em situações que a gente fica proibido de exercer nossa atividade, como na época que teve a maré vermelha aqui na região", recorda.

Para ter direito ao registro profissional, pescadores, pescadoras, mariqueiros e marisqueiras devem procurar a sua entidade de classe ou a Superintendência da Pesca em Salvador munidos de carteira de identidade, CPF, comprovante de residência, NIS e titulo de eleitor.

Prêmio Marju Azambuja de Pesca Feminina Nacional

 LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER...

Reunindo representantes de vários Estados, durante os dias de 11 a14 de abril de 2024, o evento  promovido pela  região do "Passo do Lontra,  4• edição de Pesca  Feminina , etapa Passo do Lontra, em Corumbá, Mato Grosso do Sul. No período, o evento será voltado ao empoderamento feminino e em apoio as amantes da pesca esportiva, envolvendo empresárias engajadas na preservação e conservação de rios e mares do Brasil, inspirando o empreendedorismo feminino.


A pesca estará bem representada nacionalmente, durante o evento, os olhares estarão voltados para a entrega e homenagem  a Marju Azambuja Venturini, empresária, (ex-secretária de Turismo de Corumbá), ambientalista e idealizadora da “Pescaria das Mulheres Passo do Lontra”, desbravadora da modalidade do cota zero e pesque e solte desde 2008 nos Rios do Estado do Mato Grosso do Sul. Com seu exemplo conseguiu sensibilizar o Estado do Paraná, Goiás e Bahia. 

Marju Azabuja

O principal intuito do evento é fortalecimento da pesca consciente e impulsionar o ecoturismo,  e a preservação das espécies de peixes, atualmente com leis já sancionadas no MS.

A entrega do prêmio será por outra mulher  já premiada Úrsula Schoefer Montes, Embaixadora da Paz pela ONU (2012).  Gran Comendadora  com a comenda Cruz de Reconhecimento Social e Cultural da Soberana Ordem da Sociedade Intercontinental de Ciencias Humanas, Juridica e Sociais (2014) , agraciada também com o premio Internacional Ibero-americano de Arte e Cultura pela Paz  (2021) .


Úrsula Schoefer Montes